segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

Para ti...

Para ti... que tens um sorriso aberto, um coração desperto e uma inteligência rara... tens a coragem de sonhar, a ousadia e a força de concretizar, gostas de partilhar, de opinar, filosofar e fazer chorar... sabes escrever com uma delicadeza que não alcanço.
Porque 73 foi um bom ano e também tu consegues rir e chorar num único som... Parabéns!


For You

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Do tempo e do seu passar

Falta-me tempo... tempo para ser mais do que aquilo que sou... sonhar mais... fazer mais... saber mais... esquecer menos. Porque por vezes os dias são intermináveis e as noites demasiado breves, porque aquela que sou não consegue apanhar quem quero ser.

Falta-me tempo para perder tempo.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Brincos & Princesas

Da infância: barrigadas de cerejas que serviam também para enfeitar as orelhas, estórias de princesas que dormiam com ervilhas, disputas entre o vento e o sol, gigantes crúeis seduzidos pelas gargalhadas de uma criança. Tardes e tardes a brincar no escorrega construindo casas e mundos só nossos.


De hoje: o sabor das cerejas, as princesas que me ensinam a pensar com o coração, a banalidade dos gestos e palavras, a extraordinária doçura da amizade. Porque o mundo continua a ser nosso.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Aritmética da amizade

Atendendo aos protestos contra o gato e ignorando a pilha da roupa para passar... dizia Bacon que o primeiro fruto da amizade, de partilhar o seu eu com os amigos, é o redobrar das alegrias e a redução, na proporção inversa, das tristezas.
O senhor sabia do que falava, qualquer tristeza se combate com um bom desabafo, uma refeição partilhada, um copo em stereo, as alegrias, essas, são ainda mais fáceis de amplificar... sei que vocês sabem ler nestes silêncios as que partilhamos.
A beleza é a melhor fonte de inspiração e a vida é muito mais bela porque vocês existem.

terça-feira, 10 de março de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um homem na escuridão

Mestre do surrealismo real, senhor de uma capacidade narrativa impressionante, cruzando um olhar cinematográfico com uma escrita depurada, Paul Auster é por vezes criticado por repetir temas, situações, ser previsível. Um homem na escuridão, apresentado na contracapa como um doloroso somatório de todos os seus livros, é um bom livro fala de criação e de escrita, de cinema e interpretação... de mundos paralelos, de guerras na e contra a escuridão, da narrativa como identidade.

... mas como impedir a mente de partir à desfilada seja lá para onde for que ela queira ir? A mente tem uma mente que é só dela. Quem é que disse isto? Alguém, ou então fui eu próprio que acabei de o inventar, bom, mas isso também não faz diferença nenhuma. E cá vamos nós inventando máximas a meio da noite - estamos a avançar, meus amores e, por muito torturante e desesperante que esta embrulhada possa ser, a verdade é que também há poesia nela, enfim, desde que uma pessoa seja capaz de encontrar as palavras certas para lá chegar, isto partindo do princípio de que tais palavras existem. Sim (...) a vida é decepcionante. Mas eu também quero que tu sejas feliz.

Se, como diz Günter Grass, quem escreve desiste de si próprio quem lê investe em si próprio?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sentidos do sentir

Vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos, degustamos... somos vistos, ouvidos, cheirados, tocados e degustados. Cada experiência sensual invoca uma miríade de experiências anteriores, no meio de tudo isto há uma identidade que se quer pensar inteira, autónoma, determinada, não o sendo. Pensar que somos hoje o que éramos há um dia atrás é esquecer que tal como tudo muda nós vamos mudando... lentos processos de erosão, tempestades de sentimento vão desenhando a nossa paisagem interior, criando desertos reencontrando oásis verdejantes.
Talvez não haja mais sentido no sentir do que lembrar-nos que estamos vivos. É bom partilhar empatias, afinidades, reconhecer padrões, fazer o meu e o teu nosso... É bom procurar palavras, mais ou menos idiossincráticas, que registem tudo o que vamos sentindo, serão sempre imperfeitas, incompletas, inábeis perdendo-se o seu sentido algures entre o que se diz e o que se ouve.
Hoje sinto saudades porque ontem fui muito feliz.
Pour toi ;)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Dias ordinários



Porque, quando a primeira música da manhã nos incita a seguir a beleza e a juventude, os dias serão tudo menos ordinários. Não desperdicemos o amor e deixemo-nos guiar pelas meninas bonitas que há em nós... se Chronos é um titã que devora os seus filhos e a ilusão verde de pouco valeu contra a máquina bávara... a arte da vida pode ser eterna na brevidade de cada instante. As ilusões, como os dias, só serão ordinárias se o quisermos!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Dias santos

Nos dias santos dorme-se até tarde, apanha-se o comboio para onde o coração manda, passeia-se sem destino por ruelas de boa memória, folheia-se um novo livro, o sol reflecte-se em olhos que sonham, partilham-se barrigadas, crocodilos e jacarés.

E a primeira música do dia, que não sai da memória... tu foste a música que em mim ficou.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Os Maias no Trindade

Há muito tempo que não ia ao teatro, há muito tempo que não me ria tanto.
A adaptação do clássico de Eça foi muito bem conseguida e tal como na obra original, mais do que a história do amor de Carlos da Maia e Maria Eduarda, é a crítica da sociedade portuguesa que seduz o espectador. País de personagens bem-falantes, poetas de livros de rimas, deputados papalvos, jovens promessas da ciência e da literatura que se perdem no sentimento e na ociosidade e não passam disso mesmo... país com falta de gente competente, país à beira da bancarrota, em constante emulação da Luz estrangeira.
A mestria de Eça está no retrato mordaz que constrói de tudo isso, a paródia da retórica romântica, da questão coimbrã, do debate entre laicos e católicos, a superior ironia, reflectida na brilhante personagem de João da Ega, está no facto de sermos nós os falhados da vida.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Paradoxos

Na sua conferência intitulada Dioniso: Sol Negro entre os olímpicos, José Pedro Serra defendeu que o culto e a imagem de Dioniso na Grécia antiga, com uma forte associação ao mundo da natureza e dos animais, correspondia a uma identidade cultural que reconhece em si não só um lado solar como um lado mais negro, num tempo que é apresentado como o berço da racionalidade ela relembra o papel fundadamental da loucura.
A matriz helénica do pensamento ocidental faz com que pensemos há séculos com base em lógicas dicotómicas. Bem, mal, natureza, cultura, civilização, barbárie, nós e os outros... a figura de Dioniso, em contraponto com figuras mais luminosas como Apolo, corresponderia a uma lógica de passagem, no devir entre a vida e a morte os indivíduos tornam-se secundários e marginais, o movimento é, ele sim, imortal. A omofagia, efectiva no culto de Dioniso, ou simbólica é a única hipótese de imortalidade para um mortal?
Dou por mim a pensar como os paradoxos são paradoxais... como uma balada de Motörhead :D

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

The Wrestler

Gosto de wrestling. Gosto de um mundo a preto e branco, em que os bons ganham com lealdade e os maus são derrotados e expostos na sua fraqueza... mesmo que seja a fingir, com acrobatas mais ou menos circenses. Gosto de heróis e histórias com moral.
The Wrestler não é sobre wrestling. Não é sobre luzes e brilhos mas sobre um mundo cinzento em que por vezes, como cantavam os outros, sangramos só para perceber que estamos vivos. Sobre as personagens que criamos na busca de um sonho e a dificuldade em perceber que por trás das máscaras e dos nomes, muitas vezes, não sobra muito... por vezes já nem o sonho.
É um bom filme com um desempenho brilhante de Mickey Rourke.
Moral da história: não há heróis mas ainda há bons actores que quase nós fazem acreditar.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Blues de Um Gato Velho

Com um título e uma capa destas foi amor à primeira vista.

A quadra do Human Touch do Bruce só despertou ainda mais o interesse. Há muito tempo que não me dava tanto prazer descobrir um novo livro, um novo autor, Óscar Málaga Gallegos. Uma escrita muito poética, sensual e cheia de portas e janelas para a interpretação se perder em múltiplos sentidos.

Já reconheci que gosto de gatos.
Admiro essa estranha calma com que lambem, dia após dia, as partes mais sagradas do seu corpo de gatos. Pensei sempre que refrescam as feridas de um amor antigo. Que têm a recordação de outra língua gravada na pele, que lamber-se é a sua nostalgia de gatos.

Regressando a uma das minhas preferidas do Bruce, For You.



And who am I to ask you to lick my sores?

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Namorar

Não namora quem quer... namora quem sabe que a vida é feita de cada dia, de cada palavra, de cada sorriso, quem se entrega a ela sem medo, com a alegria de um cão rafeiro e a doçura de uma criança. Quem junta os pequenos nadas num grande álbum colorido e o partilha como um tesouro reencontrado, quem nos seus silêncios gosta do eco de outras vozes, de outros olhares, quem ousa sonhar junto...
Sejamos optimistas namoremos a vida!


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Gelatina de Morango

Ao almoço levou-me de volta à mesa do infantário onde as tigelas de plástico vermelho eram aguardadas com impaciência e celebradas com alegria. Porque há coisas na vida que é bom saber, ontem como hoje, doces, frescas e transparentes.

Jactância

Gosto de palavras caras, gosto de as ouvir perfeitamente contextualizadas.
A conferência de José Pedro Serra sobre O Fulgor da Grécia o olhar, a palavra, o gesto No espelho da tragédia foi, além dum contributo para a cultura geral, uma ocasião de ouvir palavras como estultícia e jactância.
A abordagem seguida foi aliciante, da génese da tragédia no século quinto antes de Cristo à tragédia dos dias de hoje no século vinte e um pós Nietzsche. A tragédia clássica corresponderia a um espaço de reflexão sobre as grandes questões filosóficas, o pathos das personagens espelhava o sofrimento da humanidade na busca de sentido para a vida.
Nas sociedades actuais essa busca, afogada no relativismo pós-moderno e no hedonismo, teria sido abandonada. Chegámos ao que JPS chamou de tragédia da linguagem, a morte de Deus legou-nos a perdição do sentido, a palavra desorientou-se, perdeu-se, já não diz nada, já não exprime a dor.
A mim seduziu-me, sobretudo, a ideia de que há séculos e séculos que andamos intrigados com a mesma questão. O sentido da vida... a glória de uma explicação, profana ou religiosa, está reservada aos crentes, os restantes têm que se entreter com as questões, podermos fazê-lo é um privilégio... significa que não tivemos o azar de nascer escravos.
Porque isto da filosofia é como a dieta... podemos até achar que não mas todos seguimos uma.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Coisas de Coração

No dizer de Pessoa é um comboio de corda que entretem a razão, músculo essencial, metáfora permanente... o coração é tudo aquilo que fazemos dele. Alimentá-lo exige imaginação, generosidade e memória. Por ele somos tudo e todos que amamos, verbo para sempre conjugado no presente porque o amor pode e deve ser eterno. As alegrias, as tristezas, as vitórias e as derrotas são sempre nossas e também de todos aqueles que mantemos vivos no nosso peito... porque eles estão cá para sempre.
O tempo, o tempo só aumenta a saudade.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um dia destes...

Um dia destes vou sentar-me e escrever uma longa carta a todos os bons amigos que conheci... enquanto não o faço vou guardando as imagens - os desenhos das nuvens na travessia da Vasco da Gama pela manhã de Domingo - os sons - as rodas sobre a areia, nas poças - os cheiros - a chuva e a eucalipto - e os sabores - da areia, das gotas, de um bom almoço após uma grande pedalada.
Parece que a vida é feita de pequenos nadas e muitos lugares comuns.
Procurando... e dançando.

The Killers - Human
Enviado por The-Killers

sábado, 31 de janeiro de 2009

1, 2, 3 Kreator outra vez!

Através de uma tempestade de alerta amarelo, a irmandade do metal percorreu a A1 até à invicta, Teatro Sá da Bandeira, para ver Kreator. As hordas do caos regressaram em grande forma, num alinhamento que combinou os clássicos com os novos temas, deixando a adolescente suburbana que há em mim muito satisfeita, rouca e com o pescoço dorido!
Isto dos concertos funciona muito como uma religião. Durante aquelas horas partilhamos uma crença, valores que nos parecem diferentes e diferenciadores... semi-deuses por uns momentos. O thrash dos Kreator com a sua linguagem violenta sintetiza um sentimento de revolta e agressão, a barragem de som, o ritmo acelerado, a voz... Se eles falam ou não a sério em relação à violência? Mille garantia que sim, apelando ao prazer de matar. Há 16 anos, no Armazém 22, apelando à renovação de todas as mentes e condenando o legado nazi do seu país de origem obtiveram muitas saudações nazis. Porque, como em tudo, entre o que se diz e o que é ouvido há processos de interpretação que, como o som das guitarras, produzem muita distorção.
Os meus Kreator falam da violência das sociedades industrializadas, do vazio dos valores e da coragem de defender os nossos contra tudo isto.

Destroy what destroys you
In god-forbidden land
Resurrect the dream you've lost
Before you regret
Our souls may be darkened
But we see the light
The source of our inner strength
Is power that cannot die

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Os tempos do tempo

tempos e tempos...
... dias de chuva em que os minutos se arrastam dolorosamente e os olhos sentem vontade de chover. Lágrimas de lembrança, sorrisos que não se querem esquecer, saudades muitas.
... dias de sol em que as horas voam e os olhos sorriem. Lágrimas de prazer, pelas gargalhadas que fazem vibrar o coração, alegrias puras.
O tempo não é linear, nem plano.
Remember tomorrow.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O que há num nome?

Uma inspiração musical (31 Flavors) porque a diversidade, na música como na vida, é de facto o principal tempero.

Porque a ideia é escrevinhar sobre as várias coisas que servem de tempero à vida. Os gelados dos dias de sol e o sol dos dias gelados. Porque se a vida nos dá limões podemos sempre fazer gelado de limão :D

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O desafio das palavras

Gosto de palavras: prosa, canções, conversas. Há quem diga que estão gastas excesso de uso, banalização num mundo acelerado e por vezes demasiado estridente. Há quem diga que perdem o sentido, o valor com a erosão do tempo e dos sentimentos. Será... tudo isso e até mais. Mas são belas, generosas e (e)ternas. O desafio é estar à altura de algumas: lealdade, partilha, coragem, amor.
Para que exista um arco-íris é preciso sol e chuva, mas para ver o mesmo arco-íris é preciso levantar os olhos para o céu e querer a sua beleza passageira.
Aceitar desafios é bom.