Vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos, degustamos... somos vistos, ouvidos, cheirados, tocados e degustados. Cada experiência sensual invoca uma miríade de experiências anteriores, no meio de tudo isto há uma identidade que se quer pensar inteira, autónoma, determinada, não o sendo. Pensar que somos hoje o que éramos há um dia atrás é esquecer que tal como tudo muda nós vamos mudando... lentos processos de erosão, tempestades de sentimento vão desenhando a nossa paisagem interior, criando desertos reencontrando oásis verdejantes.
Talvez não haja mais sentido no sentir do que lembrar-nos que estamos vivos. É bom partilhar empatias, afinidades, reconhecer padrões, fazer o meu e o teu nosso... É bom procurar palavras, mais ou menos idiossincráticas, que registem tudo o que vamos sentindo, serão sempre imperfeitas, incompletas, inábeis perdendo-se o seu sentido algures entre o que se diz e o que se ouve.
Hoje sinto saudades porque ontem fui muito feliz.
Pour toi ;)
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